Outra novidade foi o facto de ter participado com a bike KTM AERA 29 (emprestada pelo Rui Sousa) – carbono com roda 29”.
E tal como no ano passado, a prova foi muito boa, com um acumulado considerável, acima dos 700 mts, com algumas subidas, sendo a mais longa a serra do Cercal (a partir do km 54 +/-), com umas descidas bastante “porreiras”, zonas rolantes. Como não choveu, não havia lama (mesmo na zona chamada Amazónia era pouca). No entanto e porque não choveu, houve PÓ … muito PÓ mesmo, e acompanhado de algum vento!!!
A temperatura, quase até ao fim esteve agradável, com o sol sempre encoberto, algum vento, em algumas zonas (principalmente nos descampados) forte, mas sempre temperatura amena, ideal para o tipo de prova.
Tal como já vem sendo habitual, gostei:
- do trajecto (estavam a dizer que era idêntico ao de 2013)
- da organização (simpatia, disponibilidade)
- dos abastecimentos (3 nos 70 kms)
- enfim, de tudo (ou quase)
A partida foi a horas, apesar de lenta, mas outra coisa não é de esperar, quando falamos de, aproximadamente, 3000 participantes.
Quanto à minha prestação, e apesar de ter sido bem melhor que nos anos anteriores, voltou a ser abaixo do esperado!! Apesar dos vários treinos em distancia e em acumulado, de forma inexplicável, ao km 50 (não tenho a certeza) comecei com cãibras e tal como no ano passado, algumas bastante violentas/dolorosas. Mas talvez haja um pequena explicação.
Os primeiros 30 kms foram feitos a bom ritmo e sem grandes esforços (achava eu!). Confesso que quando olhei para o conta-kms, ia acima dos 30 km/h, o que no meio do mato (para mim!) é muito bom e ia “leve” sem stresses, sem acelerações malucas, mas a verdade é que a circulação era em estradões, sem grandes “obstáculos” com alguma areia, mas sempre rolantes. Aliado a isso, a roda 29” faz uma grande diferença.
Ao km 50 (!!) começaram os problemas … Devido ao tempo seco e ao pó que apanhámos, a corrente ficou SECA (acho que já estava um pouco, antes de ir para Porto Covo, mas esqueci-me de a lubrificar), o que originava que a mesma saltasse, cada vez que tentava pôr a “avózinha”.
Isto fez com que após 2 subidas, em que me poupei e subi lentamente (sempre na “avozinha”), na 3ª subida deixei de o conseguir fazer, sendo a solução subir a pé. Como é fácil deduzir, as cãibras começaram a aparecer … na parte interior da coxa, no musculo da perna, nos gémeos, etc. Uma dessas vezes, a sensação que tinha era que o pé estava de lado, tal era a intensidade da cãibra. Também devo referir que a partir deste ponto, foi “quase sempre” um parte-pernas e era subidas/descidas/subidas.
Não consegui fazer a subida ao Cercal em cima da bike, foi tudo a pé (pelo 3º ano), o que também não é fácil principalmente com sapatos com cleats, mas tal como em 2017, apenas nas subidas (esforço maior!) é que tinha de desmontar, de resto a descer e em recta, conseguia ir gerindo.
Ao km 60 (aprox.), mais uma (nova!) peripécia … Devido ao estado da corrente e ao esforço, a mesma não aguentou e partiu. Felizmente um “amigo” bttista”, tinha uma chave e conseguiu retirar o elo partido e arranjar a corrente (ficou com menos um ele). No entanto, esta paragem não foi benéfica, porque as cãibras não me deram tréguas.
A partir deste momento, foi sempre numa gestão de esforço, pois tinha prometido a mim mesmo, que a subida da baía de Porto Covo, seria feita em cima da bike. Assim o fiz, e sempre em pé na bike, pois se me sentasse não ia aguentar. Os músculos gritavam, esticavam, ardiam, mas fui teimoso (ainda hoje passados 3 dias, estou a pagar essa teimosia!)
Para finalizar, e como este era um raid, sem tempos, apenas dizer que demorei aproximadamente 04:58:59 a percorrer os 75 kms (mais 140 mts) e um acumulado de 759 mts. Confesso que no inicio estava com boas expectativas, mas depois de tudo o que aconteceu no percurso, não estou muito desanimado.
Como é lógico, e se não houverem imprevistos, em 2020, lá estarei para o 22º Raid Alvalade – Porto Covo !!!
>> Registo GPS <<
Até à próxima prova, ainda não sei bem quando!!!